Capítulo III

Kathe era uma moça muito carente e havia tido um histórico muito forte de bullying na sua infância e adolescência. Sua “melhor amiga” do prédio foi responsável pelo seu primeiro sentimento de rejeição. Colocou todas as crianças contra Kathe e, da noite para o dia, ela ficou sem amigos. Não sobrou ninguém, apenas a solidão da TV e do mundo dos adultos que era obrigada a encarar todos os dias. Não havia mais faz-de-conta, pega-pega, esconde-esconde, comidinha…não havia mais nada. Era escola e casa, casa e escola.

Depois de alguns anos, outro bullying. “Amigas” escreveram uma carta impiedosa, cheia de palavrões e humilhações. Até de cadela vira-lata Kathe foi xingada. De novo ela ficou totalmente perdida, assim como no prédio. Mas na escola era pior, ela não tinha como fugir. O desempenho escolar de Kathe foi ladeira abaixo. Como se dedicar aos estudos? Como lidar, tão jovem, com jovens inconsequentes e mais cruéis que muito adulto por aí. Os xingamentos continuavam na sua cabeça. Sua autoestima foi reduzida a pó. Kathe chorava quietinha debaixo do cobertor, que era seu refúgio, seu esconderijo e ali ela se sentia protegida. 

Tristeza, decepção, rejeição, dor, comparações… agora, era a própria Kathe que começava a se comparar, se achava feia, esquisita, sem jeito… coisas de adolescente, sua mãe pensava. Mas não. Kathe estava sangrando, sofrendo muito e Antônia não teve capacidade de ler a sua filha. Kathe estava sozinha, mais uma vez.

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– Sua piranha. Eu não quero mais namorar com você. Estou terminando agora.

Beto sempre dizia isso. Kathe se acostumou com o ruim, ela estava acostumada a ser xingada em casa, pelas “amigas” e agora pelo namorado. Ela tinha consciência de que a tendência do namoro era piorar cada vez mais. Beto, a cada briga, testava mais os limites de Kathe e ela sabia. Era muito vergonhoso esconder os hematomas dos socos e chutes que Beto dava nela. Usar camiseta de manga comprida e colocar um corretivo era tarefa que ela já tinha prática. Um dia antes do Natal, Beto arrumou uma briga e apertou bem forte o pescoço da namorada. Ela não desmaiou, mas o pescoço ficou bem dolorido e era muito difícil engolir o alimento. Ela precisava apertar a garganta com a mão para a comida descer, por isso, Kathe não comia na frente da mãe e inventou uma inflamação para Antonia não perceber nada. Na ceia de natal, Beto viu essa cena e deu um risinho com o canto da boca. Naquele dia Kathe se deu conta que ele tinha prazer em vê-la sofrer.

Ano Novo. Na hora da virada Kathe estava triste, ela não queria mais aquele namorado. Ela não tinha coragem de terminar, mas pediu, com o coração e lágrimas nos olhos, que o Universo agisse por ela. Inconscientemente, ela sabia que havia um trauma, uma carência e um medo que a paralisava. Mas, no fundo, o sentimento de que ela precisava mudar estava latente.

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– Não mãe, não é possível. O resultado do vestibular só sai amanhã.

– Filha, a tia Célia acabou de ver na internet que você passou. Parabéns!!!

– Não. Vai sair só amanhã. Será que saiu antes?
E agora? Será que ela passou mesmo? E o Beto? Vocês conhecem alguma história de bullying? Compartilhe comigo! 

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7 respostas a Capítulo III

  1. Anónimo diz:

    Oi Pri… Lendo a história da Kathe, me lembrou mto a minha… Desculpe eu não aguentei e desabei em prantos… Sofrimentos na infância, decepções com namoro e amizades na adolescência e na vida adulta, rejeições por ser acima do peso e não se encaixar no perfil adequado (magra, cabelos loiros e olhos verdes, azuis, bunda e peito grandes,etc etc etc…) e assim a minha vida vai, namoro traumático, fiquei mto tempo sozinha, depois me envolvi com uma tranqueira (casado ainda por sinal ;/), mais uma vez algum tempo sozinha e agora atualmente vivo um pouco mais feliz, pelo menos ele demonstra gostar de mim, do jeito que sou. Ele é mto legal mas não qro que minha insegurança cmg por esses traumas melindrem esse relacionamento. Só um detalhe, ele recebeu uma proposta de trabalho e falou que pode vir a sair do estado em que moramos, outra coisa, ele por influência de amigos começou a fazer academia (fiquei mto chateada e ciumenta) e isso tá acabando cmg… O que faço?! Eu estudo e trabalho todos os dias e só me sobra um dia ou o findi pra me dedicar a alguma coisa (hobby, academia). Também tenho pensamentos negativos… Isso me detona por dentro… Desculpe desabafar assim, mas sinto que posso confiar em vc Pri!

  2. Ninfa diz:

    Oi, Pri e meninas!

    Sou leitora assídua desde que conheci o blog há quase 1 ano. Quando comecei a leitura estava há 2 anos com meu atual companheiro que é 15 anos mais velho. Na época eu era insegura pelos anos de experiência que ele tinha a mais… Tanto na parte acadêmica quanto amorosa e profissional. Mesmo ele sendo um cavalheiro, eu chegava em casa e chorava pensando mil e uma coisas (“não sou ninguém”, “ainda não tenho graduação”, “a ex dele é melhor”.)

    Então, passei a fortalecer minha autoestima cultivando a mim mesma e simultaneamente o amor, respeito e carinho que sempre recebi passaram a vir em dobro.

    Hoje entrei em Medicina, minha família está muito feliz e eu mais ainda. O relacionamento saudável e feliz é apenas consequência!

    Sempre recomendo o blog para minhas amigas =)

    Espero que a Kathe tenha passado! E o Beto não atravanque seu caminho.

    Beijos doces,
    Ninfa

    • Ninfa

      Parabéns pela sua aprovação!

      É assim mesmo q funciona, o mundo te devolve, em dobro, aquilo que vc cultivou em si. Se semearmos vento, vamos colher tempestade. Mas quando cultivamos o amor-próprio, o Universo nos devolve amor redobrado.

      Bj
      Pri

  3. Anna diz:

    Quando eu era mais jovem era eu quem praticava bullying em anonimato com uma garota que eu sempre admirei.

    Tudo isso graças à minha insegurança… Eu precisava desmerecê-la para me sentir melhor.

  4. Santana diz:

    Oi, me diz o que eu faço. Namoro a 4 anos, eu com 23 e ele com 27, já terminamos os estudos, mas nada de noivado e nem casamento, ele só fala que quer, que sou a mulher da vida dele, mas atitude nada. E o pior de tudo foi que o pai dele foi preso (servidor público do estado), isso já tem 4 meses e ele é a família estão completamente doidos, eu estou sendo amiga, companheira, To sempre com ele, ele está sabendo reconhecer isso, mas infelizmente não consigo tirar esse papo de casamento da cabeça e To sofrendo muito, ele diz que vamos nos casar assim que tudo isso se resolver, mas que agora ele só tem cabeça pra resolver o problema do pai.
    Me diz o que eu faço? Prometi pra mim mesma que só espero algo concreto até esse ano, caso ele não tome atitude nenhuma termino, cheguei a dar um ultimato até fevereiro mas infelizmente aconteceu esse problema familiar, To tentando ser compreensiva, mas tá muito difícil, tenho medo de tá todo esse tempo é nosso namoro terminar em nada.

Fala que eu te escuto!

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